ricardorosas on Thu, 19 Jan 2006 17:09:15 +0100 (CET)


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[nettime-br] Apresentação da Nettime-br


Isso é apenas o começo.

Nettime-br

Final de 2005, começo de 2006: esta é a data em que surge a Nettime-br, com a intenção de abranger territórios de língua portuguesa nas Américas e além-mar. É em primeira instância uma lista de discussão, onde se pode participar postando e discutindo temas que abordem a tecnologia, a política, a arte, o ativismo ou que façam o entrecruzamento destas questões com as conexões locais, seja no Brasil, Portugal, Goa, Angola, Cabo Verde, colônias de brasileiros e descendentes, portugueses ou que falem português em países por todo o globo.

O braço brasileiro da Nettime de língua inglesa é resultado das recentes movimentações no Brasil em torno de ações midiativistas e de mídia tática, da crescente produção em software livre e open source, bem como do amadurecimento da cena de cultura eletrônica, de arte e tecnologia, e da teorização em torno de novas mídias e produção digital. Este contexto demonstra a necessidade cada vez maior de um fórum que seja tanto um espaço de encontro entre diferentes teorias e produções, quanto um repositório de textos, produções, manifestos, ensaios, entrevistas ou notícias, para incitar reflexões, embates e pesquisa, podendo focar sob planos e níveis de complexidade diversos, cenas, coletivos, posses, agentes, artistas, teóricos, ativistas, criadores e produtores. Assim, a Nettime-br acaba igualmente por se tornar um espaço de publicação que, ocupando um espaço já prestigiado da Nettime em outras línguas, serve como mostruário de uma produção por si já pujante em língua portuguesa, com vistas sobretudo a que tais discussões e investigações reverberem ainda mais.

Como espaço de debate e divulgação, para permitir entrecruzamentos, tanto a nível local como global, artístico, prático, como teórico, tem-se como idéia não cair em exclusivismos, em focos de interesse fechados e em guetizações temáticas. Por um pensamento open-source. Daí igualmente que seus critérios de temas para discussão sejam em si mesmos abertos, onde, por exemplo, a ênfase em tecnologia não exclua artes não-tecnológicas, e assim por diante. Para tal, há necessidade de moderação realizada por um grupo flutuante de participantes que decide o que sai publicado ou não, visando tão somente protegê-la de spams indesejados, anúncios pessoais, bem como manter o foco da discussão direcionado e estimulado, sem maiores distrações. Dessa forma, se pretende igualmente evitar flame wars, discussões melhor destinadas a e-mails pessoais, anúncios de eventos e festivais e chamadas de contribuição para os quais já existe grande variedade de listas disponíveis.

Afinal, estamos na Internet. Fazem dez anos, que surgiu a Nettime versão inglesa, originária das discussões entre midiativistas, teóricos e artistas, ocorridas durante a Bienal de Veneza de 1995. Depois viriam todas as demais versões, a francesa, a alemã, a holandesa, a latina, a romena, a do sudeste europeu, a nettime ciberfeminista, não necessariamente na ordem aqui citada. Neste meio tempo, algumas pararam, outras cresceram, algumas se materializaram em livros, pois se considerou pertinente o material por ali postado. Dela participam, entre outros luminares, teóricos como Lev Manovich, Matthew Fuller, Geert Lovink, Mark Dery ou Alex Galloway, músicos-teóricos como Paul D. Miller, ou DJ Spooky, ou o celebrado escritor cyberpunk Bruce Sterling. Ao longo destes anos, igualmente, a Nettime viu surgir em suas discussões o hype instantâneo da net.art, do hacktivismo, das estripulias de Luther Blisset, da mídia tática. Em seu percurso, a Nettime não apenas ditou novas discussões e teorias, mas ganhou igualmente o prestígio de instituições ?sagradas? da cultura, como a Documenta de Kassel, o Ars Electronica ou o instituto ZKM, várias universidades, centros e laboratórios de novas mídias, entre outras.

E o que faremos da Nettime-br? Reunir, sim, luminares, mas igualmente aquele pensador anônimo que não freqüenta as rodas mais privilegiadas e tem o seu quinhão de atitude, de opinião, de sabedoria ou de polêmica para contribuir. Propor a reflexão em novas teorias lançadas e discutidas, hipóteses insuspeitadas, enquadramentos arriscados ou pouco aceitáveis em círculos acadêmicos mais estritos. A idéia é se permitir pensar, arriscar, essa arena é para você, pensador, artista ou ativista da nossa época. É você quem vai dizer como será a Nettime brasileira.

Seja bem vindo.
Ricardo Rosas e Giseli Vasconcelos
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